"Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Anedota da Mosca de Banheiro

Confesso que procurei, por hora, um inseto que me fosse proporcionar um animado trabalho, cheio de espetáculos selvagens na costumeira natureza. Infelizmente, meu faro de pesquisadora me abriu uma curiosidade inacreditável a respeito de um pequeno inseto que me provoca uma ira incrível. Explicar-lhes-ei...
Em minha casa, o regime de limpeza se dá de forma que cada um é responsável por seu “pedaço de terra” - fazendo um ledo trocadilho -. Portanto, sou responsável por manter meu quarto e tudo o que há nele, impecavelmente limpos; todas as sextas-feiras faço a vistoria e ajustes necessários, dentre eles, está a minha responsabilidade de limpar meu banheiro até que eu possa ver-me refletida no chão e nas paredes do mesmo, excluindo quaisquer resquícios de gordura corporal e de coisas estranhas por lá encontradas. O fato é que, após tanto esforço, sinto-me ligeiramente feliz... Ligeiramente porque, quando menos espero, um bichinho, feio (ressaltando), consegue acabar com minha felicidade.
É isso mesmo, falo da mosca do banheiro (vocês já haviam se dado conta de que era esse o seu verdadeiro nome?). Ela consegue ser irritantemente inerte e proliferante (sinceramente, não posso afirmar se esta palavra existe). Um ou dois dias após a limpeza, ela surge de tudo quanto é canto, com sua família de moscas com todos os tamanhos e toda moleza possível.
Passei a manhã da última sexta-feira a analisar seu comportamento, confesso que por pouco não me pus a bocejar... Como eu imaginara, a menos que eu a tocasse, ela não sairia do lugar onde estava, nem com todo o repertório de músicas que costumo cantar enquanto lavo o banheiro (provavelmente estas moscas devem ter problemas auditivos). Foi então que percebi que este seria o trabalho de pesquisa mais monótono da minha vida, mas não desisti e resolvi averiguar a existência deste adorável (ironia, tá?) animalzinho (Tenho a leve impressão de que ainda gostarei da sua companhia...).
Sentei-me à frente do computador e procurei qualquer catálogo de insetos, afinal, ainda não sabia seu nome vulgar, muito menos o científico. Colhi algumas informações, por exemplo:
“Essas mosquinhas de banheiro são dipteros (insetos com duas asas) da família Psychodidae, são também conhecidas como moscas-dos-filtros e são mesmo moradoras assíduas de banheiros. É difícil encontrar um banheiro que não tenha essas mosquinhas, isso porque é lá onde elas encontram o alimento para suas larvas.
Isso mesmo! Na boca do ralo e ao longo dos canos começa a se formar com o tempo, uma gosma gelatinosa onde crescem bactérias. Essas moscas depositam seus ovos nas paredes dos ralos e canos, próximo à superfície da água. Com a eclosão dos ovos, emergem larvas famintas que se alimentam deste coquetel gelatinoso de bactérias.
Não é necessário se preocupar com elas, ao que se sabe, são inofensivas, mas também são indicadoras de que é preciso fazer uma limpeza caprichada nos ralos dos banheiros. Para eliminar os focos, localize onde elas estão fazendo a sua ovipostura (geralmente nos ralos, no próprio ambiente). Feche os ralos ou, se não for possível, aplique cloro diariamente neles, para inibir a proliferação, pois pequenas concentrações de matéria orgânica são suficientes para suprir a existência desses insetos. Água sanitária e água fervente também ajudam a diminuir a incidência.”
 Como podem observar, não há muito que falar a respeito do comportamento desse bicho, pois se não existisse um animal denominado de preguiça, eu, certamente empregaria essa denominação à mosca de banheiro. Apesar da vida curta, essa mosquinha passa horas em estado de inércia, acho que a única diversão desse bicho é copular, pois se reproduz numa velocidade incrível.
Se eu encontrar comportamentos estranhos, relatá-los-ei.

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