"Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento"

domingo, 22 de julho de 2012

Como um par de peças iguais... Parte I

Eu o olhava, firmemente, nos olhos. Procurava uma segurança que jamais me coubera. Sentei o olhar em qualquer coisa que não conseguira decifrar. Olhava para o nada, enquanto minha mente dava voltas tal como um infinito espiral. Nada se firmava. Nada se enrijecia. Nada. Meu corpo mole. Meus olhos evasivos.

Ele me olhava nos olhos... Sustentava o olhar de forma invejável. "E eu?" Eu precisava desviar o olhar para não me entregar. Ninguém em que eu não confiasse de verdade sabia do meu segredo. "Será que o meu interesse por ele estava ficando tão estampado na minha cara assim?" Eu me ajeito com medo. Me pego sorrindo sem que eu possa controlar. "Controle! Controle!" Respiro fundo... As pessoas parecem me censurar...

Mas, não!Eu não queria fugir e deixá-lo ali, sozinho. Não poderia deixá-lo escapar. Seria árduo pra mim deixar, mais uma vez, que a suposta felicidade, me escapasse, feito água corrente pelos dedos.

Eu nem presto mais atenção no que ele diz. Seus lábios se movem rapidamente, mas o som não chega aos meus ouvidos. Mas eu finjo muito bem e consigo assentir movimentando a cabeça, todas as vezes que ele pára pra respirar.

Luzes neon ofuscam meus olhos, desprendendo-me, finalmente, desse olhar avassalador. O som torna-se absurdamente claro. Percebo o quanto ele se esforça para me dirigir a palavra, enquanto que minha mente paira em censuras descabidas.

Implorava intimamente para que algo lhe iluminasse e ele me tirasse daquele tribunal em que tinha se transformado o ambiente em que estávamos...
(Continua...)

Emaranhado de ondas cerebrais


Olha onde estou agora, no meio do nada, escrevendo pra ninguém. Pera aí, nunca se escreve para ninguém. Tá, escrevendo pra mim mesma, esperando que meus sentimentos se projetem até uma folha virtual. Se eu pudesse tocar nos meus pensamentos, agora, com certeza tocaria numa maço de linhas, bem emaranhado. Eu só preciso alcançar a ponta e puxa, pra saber onde é o cume. Onde o nó é cego. Ou seja, onde a situação é bem crítica.

“Crítica”

Tocar nesta palavra me fez perceber o quanto costumo ser crítica comigo mesma. Jamais me dei mal por isso. Pelo contrário, sou multipotente e quem me conhece, pode confirmar isso. Minhas autocríticas que me ajudaram a ser assim.
Eu puxo mais a linha e percebo que é assim que jogo no meu dia a dia. Meço minhas atitudes julgando os resultados minuciosamente. Tá, não é com tudo. Senão, eu seria um caso de estudo. Mas não possuo a personalidade impulsiva, o que significa dizer que procuro ser bastante racional (quando dá).

“E pra que todo esse blá-blá-blá?”

To aqui, sofrendo por não ter explodido. Tudo o que eu queria era que meu egoísmo se manifestasse de forma camuflada. Dando braço, bastante braço até ele perceber que não vive sem mim. Tristeza. Falhou.

“Ele?”

Não sou experiente pelos meus relacionamentos. Sou experiente pelos relacionamentos dos outros. Não quero impor nada a ninguém. Quer dizer... Não queria. Agora eu quero muito. Não quero mais gastar noites em claro imaginando que posso não ser suficiente a uma pessoa. Que chato! Que se exploda minha mente insana. Eu cansei desse nó. Eu sinto vontade de quebrar a linha e de lá fazer um remendo. Mas não posso. Toda vez que olhar para o remendo, vou saber que vacilei e não fui capaz de desmanchar o nó!