"Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento"

domingo, 28 de novembro de 2010

O primeiro amor a gente nunca esquece =P

                     Buenas, Blog,
         Saudades já! É, não tenho tido tempo de trocar idéias contigo. Ah, deixa de ser chato... Tenho muitas responsabilidades, agora.
         Bom, vamos ao que interessa... Esta tarde estive passeando com meus irmãos e minha prima, enquanto minha irmã e minha prima falavam sobre "estar afim de" alguém. Minha irmã tem dez anos e minha prima doze, imagine o grau da conversa... Tão bonitinhas, falando com tanto in entusiasmo, sobre os meninos que as fazem bambear. Rapidamente abstraí. Voltei no tempo, num segundo já estava com doze para treze anos, participando de uma gincana, na escola, onde conheceria o menino que mudaria a minha vida. Eu era fã de Charlie Brown, CPM 22 e tudo que era bandinha da moda, mas da minha moda, a de skatista. Isso, esta pessoa que vos fala, era uma menina que usava calça folgadona, all star bota ou tênis de skatista e touca. Era bem estilo, tá! Não, eu não tinha vergonha! Gostava de andar assim, de andar de skate, de ser diferente.
          Tá, mas vamos voltar ao assunto... Estava eu, na escola, sentana sentada numa mesa, de frente pra ele. E eu nem sabia seu nome, o que curtia ou que série fazia. Só sei que quando o vi entrando, me perguntei como pude passar tanto tempo sem tê-lo percebido pelos corredores do colégio. Ele vestia uma calça jeans folgada, tal qual as minhas. Estava com blusa de Educação Física, ciza cinza que combinava com a cor de seus olhos de avelã. Os cabelos lisos e sedosos. Tá, ele tinha um nariz um pouco grande. Era alto, usava óculos e tinha um sorriso que me derretia. Tal qual um Rei (sugerido pelo nome :x).
         Passaram-se os meses, o ano acabou e só o que eu consegui descobri é que ele tinha dois irmãos mais novos, seu nome, sua idade e sua série. Mas o começo do ano prometia. E prometia mesmo. Eu não só pensei numa estratégia para conseguir o número de telefone dele, como o fiz. Peguei a lista de frequência da turma dele e, lá estava ele (cheio de luzes piscando ao redor), o número tão desejado. Eu o anotei, depressa, morrendo de medo de ser descoberta. Depois de alguns dias só, foi que tive coragem de ligar - Pra falar a verdade, uma amiga ligou por mim -. Eu falei com ele. Ouvi sua voz, ao telefone. Ele disse o "oi" que faria do meu coração uma escola de samba inteira. E eu... Eu... Eu quase desligo de euforia. T Disse o "oi" mais trêmulo que encontrei dentro de mim; disse que ele não me conhecia e criei um heterônimo: Daniela - mais tarde descobriria que este nome estaria infortunado -.
        Todos ou dias eu perturbava o menino (se ele, por ventura, ler isso, espero que ele me perdoe por tantas horas que roubei dos dias dele XD), tigava ligava por volta das sete, oito horas da noite, TODOS os dias. Coitado, eu sei... Ele me deu o número do celular dele e eu ficava que nem uma louca quando o via. Mesmo que ele não soubesse quam quem eu era, de fato. Pra encurtar a história, quando ele soube de quem se tratava. Eu só era uma molequinha da sétima série que gostava de um rapazinho do segundo ano, que ainda tinha uma namorada. A talzinha se chamava Daniela, veja só!! Minhas amigas me ajudavam a espionar a vida do menino, a fazer coisas absurdas, como pegar do lixo um pedaço da calça dele, cortada pelo mesmo. Mesmo assim, ele, amigavelmente, decidiu que eu faria parte do seu rol de colequinhas e me tratava super bem, o que me fazia mais gamada no pequeno.
         O tempo passou e nada eu consegui, a não ser descobrir que não tinha problemas cardíacos, pois se eu tivesse, não resistiria às emoções que ele me causava. Ele estava agora no terceiro ano e eu na oitava série. Mal sabia que raramente o veria, mas a vida me reservara mais que isso. Ele foi, Blog, o meu príncipe encantado. Que não me acordou com um beijo. Que não dançou valsa comigo. Que só sobreviveu ao meu mundo imaginário.
Saudosamente,
RenéeStªBrígida