"Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento"

domingo, 18 de novembro de 2012

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"Quem eu sou?" Depende de quem quer saber... Posso ser o número do meu CPF, número do meu RG. Posso ser, também, aquela numeração de inscrição. Meu número de matrícula. Meu ID profissional... Só restam números, no final. Não sou a Eleitora Renée, sou meu número de título, minha seção, minha zona. Que por fim, são números também. O que querem saber de mim, também são números: Qual o número do meu celular, número da minha casa. Quanto peso, quanto calço, quanto meço. Haja memória para lembrar de tantas senhas. "Olhem, ela tirou sete". Então ela só é boa. Ah, mas se tivesse tirado dez..." Antes minha mãe parisse um código de barras.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Palavras da inquietude...

Escolher palavras é como escolher as peças de roupa que você usará, hoje. As minhas, comumente, são bem coloridas, palavras/ roupas, ou versa-vice.
 Mas, se tem algo que acaba com o brilho das palavras/ roupas é andar de ônibus por longo e rastejantes minutos sem ter sequer, uma distração.
Atos sem sentido se agarram em qualquer coisa com algemas desconexas, mas que naquele momento, fazem todo o sentido.
E seus olhos se arregalam como uma janela infundada, num porão.
O "Então, é isso" cai ao chão como a maçã de Isaac Newton e, depois, fica tão difícil de carregá-lo e tentar jogá-lo janela à fora...
Um suspiro, então, lhe incorre, como uma pá cavando bem fundo em seu pulmão...
Alimentar o corpo de oxigênio se assemelha com passar um "limpa-vidro" na mente.
Entretanto, é melhor que as lembranças se recolham e que o destino fique cada vez mais próximo.
Já não há mais outdoor que lhe prenda os olhos e, o corpo já não se acomoda mais com a posição ofertada pelo acento.
"Que tal uma música?" - tal frase sai pela boca, dá um duplo twist carpado e voa em rodopios - "Mas que música?" - essa sai feito líquido, escorrendo pela boca - E até que se pense numa distração, sua parada já é a próxima...
Você levanta, deixando um lamaçal de palavras desencadeadas no espaço em que ocupou.
Algumas se agarram nas suas pernas, mas mal conseguem descer as escadas do automóvel.
Você desce, a porta se fecha e você só consegue pensar na fome que lhe devora...
Amanhã, uma nova batalha...

domingo, 22 de julho de 2012

Como um par de peças iguais... Parte I

Eu o olhava, firmemente, nos olhos. Procurava uma segurança que jamais me coubera. Sentei o olhar em qualquer coisa que não conseguira decifrar. Olhava para o nada, enquanto minha mente dava voltas tal como um infinito espiral. Nada se firmava. Nada se enrijecia. Nada. Meu corpo mole. Meus olhos evasivos.

Ele me olhava nos olhos... Sustentava o olhar de forma invejável. "E eu?" Eu precisava desviar o olhar para não me entregar. Ninguém em que eu não confiasse de verdade sabia do meu segredo. "Será que o meu interesse por ele estava ficando tão estampado na minha cara assim?" Eu me ajeito com medo. Me pego sorrindo sem que eu possa controlar. "Controle! Controle!" Respiro fundo... As pessoas parecem me censurar...

Mas, não!Eu não queria fugir e deixá-lo ali, sozinho. Não poderia deixá-lo escapar. Seria árduo pra mim deixar, mais uma vez, que a suposta felicidade, me escapasse, feito água corrente pelos dedos.

Eu nem presto mais atenção no que ele diz. Seus lábios se movem rapidamente, mas o som não chega aos meus ouvidos. Mas eu finjo muito bem e consigo assentir movimentando a cabeça, todas as vezes que ele pára pra respirar.

Luzes neon ofuscam meus olhos, desprendendo-me, finalmente, desse olhar avassalador. O som torna-se absurdamente claro. Percebo o quanto ele se esforça para me dirigir a palavra, enquanto que minha mente paira em censuras descabidas.

Implorava intimamente para que algo lhe iluminasse e ele me tirasse daquele tribunal em que tinha se transformado o ambiente em que estávamos...
(Continua...)

Emaranhado de ondas cerebrais


Olha onde estou agora, no meio do nada, escrevendo pra ninguém. Pera aí, nunca se escreve para ninguém. Tá, escrevendo pra mim mesma, esperando que meus sentimentos se projetem até uma folha virtual. Se eu pudesse tocar nos meus pensamentos, agora, com certeza tocaria numa maço de linhas, bem emaranhado. Eu só preciso alcançar a ponta e puxa, pra saber onde é o cume. Onde o nó é cego. Ou seja, onde a situação é bem crítica.

“Crítica”

Tocar nesta palavra me fez perceber o quanto costumo ser crítica comigo mesma. Jamais me dei mal por isso. Pelo contrário, sou multipotente e quem me conhece, pode confirmar isso. Minhas autocríticas que me ajudaram a ser assim.
Eu puxo mais a linha e percebo que é assim que jogo no meu dia a dia. Meço minhas atitudes julgando os resultados minuciosamente. Tá, não é com tudo. Senão, eu seria um caso de estudo. Mas não possuo a personalidade impulsiva, o que significa dizer que procuro ser bastante racional (quando dá).

“E pra que todo esse blá-blá-blá?”

To aqui, sofrendo por não ter explodido. Tudo o que eu queria era que meu egoísmo se manifestasse de forma camuflada. Dando braço, bastante braço até ele perceber que não vive sem mim. Tristeza. Falhou.

“Ele?”

Não sou experiente pelos meus relacionamentos. Sou experiente pelos relacionamentos dos outros. Não quero impor nada a ninguém. Quer dizer... Não queria. Agora eu quero muito. Não quero mais gastar noites em claro imaginando que posso não ser suficiente a uma pessoa. Que chato! Que se exploda minha mente insana. Eu cansei desse nó. Eu sinto vontade de quebrar a linha e de lá fazer um remendo. Mas não posso. Toda vez que olhar para o remendo, vou saber que vacilei e não fui capaz de desmanchar o nó!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Meu amor, minha vida! =]

Pela necessidade de te escrever um poema, Renée Santa Brígida, e pelo direito de ser cafona...E pelo direito de escrever mal, mas tentar...rs

DA NECESSIDADE DE TE ESCREVER UM POEMA

Que necessidade é esta que sinto?
De dizer que te amo a cada minuto
A cada hora e dia em que vivo...
De mostrar que meu plano
é de te fazer feliz
Com beijos, abraços e olhares
Com a humildade e a certeza
De que por amor até ser ridículo vale!
Até ser piegas,clichê
Até chorar sem saber por quê
Até ri de si mesmo
Por se reconhecer
como um bobo alegre que abre o sorriso
e perde o juízo
tão facilmente quando perto de você...

E que vontade é essa de já ter te encontrado muito antes?
Só por saber que te amar por um segundo
É ter o gosto de toda a eternidade naquele instante...

Que necessidade é essa que sinto de dizer que te amo?
Que faz das palavras coisas tão inúteis tão frágeis e sem vida
Tão desnecessárias quando nossos lábios se encontram em
silenciosa harmonia.

Que necessidade é essa de dizer que te amo?
Que mal vence a vontade de me calar só para te contemplar
me olhando...

Que necessidade é essa de acreditar que o amor é para sempre?
Que vencerá séculos e o próprio tempo
E tudo mais que entrar na nossa frente.

Que necessidade é essa de acreditar na sinceridade das mãos dadas?
De saber que só amor não basta
porque o amor
o amor é só uma palavra...

E isso que a gente sente (e que fez do amor tão insuficiente)
Merece permanecer no silêncio anônimo das coisas impensadas
Para que essa necessidade de dizer o quanto eu te amo
Jamais seja saciada...

VERSO QUE NÃO COUBE NO POEMA

E por ser anônimo, o tempo nunca descobrirá seu nome
E nunca poderá exigir o sacrifício nosso
Para acalmar a sua fome...

Renan Matos

Dedicado à Renée