Olha onde estou agora, no meio do
nada, escrevendo pra ninguém. Pera aí, nunca se escreve para ninguém. Tá,
escrevendo pra mim mesma, esperando que meus sentimentos se projetem até uma
folha virtual. Se eu pudesse tocar nos meus pensamentos, agora, com certeza
tocaria numa maço de linhas, bem emaranhado. Eu só preciso alcançar a ponta e
puxa, pra saber onde é o cume. Onde o nó é cego. Ou seja, onde a situação é bem
crítica.
“Crítica”
Tocar nesta palavra me fez
perceber o quanto costumo ser crítica comigo mesma. Jamais me dei mal por isso.
Pelo contrário, sou multipotente e quem me conhece, pode confirmar isso. Minhas
autocríticas que me ajudaram a ser assim.
Eu puxo mais a linha e percebo
que é assim que jogo no meu dia a dia. Meço minhas atitudes julgando os
resultados minuciosamente. Tá, não é com tudo. Senão, eu seria um caso de
estudo. Mas não possuo a personalidade impulsiva, o que significa dizer que
procuro ser bastante racional (quando dá).
“E pra que todo esse
blá-blá-blá?”
To aqui, sofrendo por não ter
explodido. Tudo o que eu queria era que meu egoísmo se manifestasse de forma
camuflada. Dando braço, bastante braço até ele perceber que não vive sem mim.
Tristeza. Falhou.
“Ele?”
Não sou experiente pelos meus
relacionamentos. Sou experiente pelos relacionamentos dos outros. Não quero
impor nada a ninguém. Quer dizer... Não queria. Agora eu quero muito. Não quero
mais gastar noites em claro imaginando que posso não ser suficiente a uma
pessoa. Que chato! Que se exploda minha mente insana. Eu cansei desse nó. Eu
sinto vontade de quebrar a linha e de lá fazer um remendo. Mas não posso. Toda
vez que olhar para o remendo, vou saber que vacilei e não fui capaz de
desmanchar o nó!
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